Psicoterapia

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


Dia de psicoterapia. Normalmente eu fico ansiosa porque passo a semana inteira me preparando, fazendo auto-terapia e anotando os principais tópicos que vou abordar nos poucos 50 minutos que tenho por sessão. Hoje fui mais cedo, passei uns 40 minutos esperando na recepção, pensando eu que ia ser ótimo pra estudar nesse tempo porque lá é sempre muito calmo e tranquilo, mas hoje era diferente, todas as cadeiras e sofás estavam ocupadas, e o converseiro era inevitável. A tentativa de estudar os métodos psicoterápicos num lugar bem propício foi totalmente falha, então, só me restou observar e ouvir o que aquelas pessoas estavam conversando na tentativa de descobrir a razão de estarem naquele consultório onde atendem 2 psicólogos e 4 psiquiatras.

A mulher desengonçada, mal vestida(calça jeans cintura alta mas não do tipo da moda, do tipo que ela possui desde os anos 80 mesmo, e um tênis preto), aparentava ser uma daquelas senhoras que foram muito bonitas na sua juventude mas que o tempo foi cruel. Era grande, com sotaque talvez paulista, sentada ao meu lado não parou de falar desde o momento em que chegou. Ouvindo, descobri que ia ser atendida pelo psiquiatra e ao prestar atenção em sua prosa com uma representante de remédios, soube que ela já tomou todos os ansiolíticos de todas as marcas. E como ela entendia dos remédios! Sabia todos os efeitos colaterais e posologias, pois era uma anestesista aposentada. Ouvi também que ela tinha apresentado a monografia de algum outro curso no dia anterior e tinha tirado 9, segundo ela, não foi 10 porque apresentou com um papel na mão. Ah, e seu filho que deve morar muito longe veio passar esses dias com ela, vão passar o feriado num haras em Recife. Ela foi chamada, e eu não consegui ouvir seu nome, porém o meu diagnóstico final foi de bipolaridade com crises constantes.

Do outro lado havia uma moça de seus 22 anos que encaixava-se no perfil de uma bulímica ou que sofre início de anorexia nervosa. Sua mãe que a acompanhava pelo jeito também frequentava o mesmo psiquiatra, pois ao falar com a recepcionista mencionou: Hoje ela é quem vai se consultar! Fiquei morrendo de curiosidade sobre este caso em particular, porém não consegui descobrir muita coisa além do que ouvi numa rápida conversa ao celular: "Estou aqui no psiquiatra, agora ele vai me passar a medicação correta". E pronto.

Havia também uma equipe de filmagem, mas não deu pra saber se era de TV, documentário, propaganda... enfim, entraram no consultório do psicólogo, foi o máximo que soube...

Outra mulher próxima a mim, tentava estudar como eu, mas estava bem concentrada. Não consegui saber muita coisa, mas quando minha psicóloga abriu a porta para sair o paciente (que eu estava muito curiosa pra ver quem era), saiu um menino de no máximo 7 anos de idade, e aquela era sua mãe. O menino carregava uma caixinha com ele, acho que com material escolar. Diagnóstico da criança: problemas com aprendizagem na escola.

Por fim, estava eu, acredito que a pessoa com mais cara de louca de todas, com uma apostila na mão, tentando ler, mas observando por cima dela, cara de quem dormiu apenas 2 horas de sono durante a noite, com o cabelo oleoso, unhas pintadas de verde com uma blusa rosa chock a la mangueira e uma sandália laranja. Realmente saí de casa e não percebi que estava completamente na moda do restart, mas tudo bem, pelo menos poderia ser compreendida por esse lado. Diagnóstico: Neurose

E assim acabou minha sessão do lado de fora do consultório e iniciou-se a de dentro. Essa eu não posso contar! =X

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